O FIO DA MEADA XI
“RAÍZES DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL
E SEUS REFLEXOS NO BRASIL”
SINAL DE ALERTA PARA O SISTEMA BANCÁRIO.
CRESCIMENTO DOS DERIVATIVOS PREOCUPA AUTORIDADES FINANCEIRAS.
“O ESTADO DE SÃO PAULO” 30-09-98
THE WALL STREET JOURNAL
O Sistema Financeiro tem como opções operacionais o financiamento da produção, do consumo, da infra-estrutura e a aplicação no mercado de expectativas (derivativos - especulação).
Até os anos 70, a especulação era um estigma, bania qualquer empresário do mercado, pela perda de confiança que a conduta provocava. Nessa época, o sistema financeiro internacional atravessava grave crise, em razão da falta de tomadores de capitais no mercado produtivo. A massiva oferta de capitais havia reduzido os juros anuais a 3% (três por cento), inviabilizando os resultados operacionais dos Bancos. Esses fatos, agravados por acontecimentos subseqüentes, acabaram por lançar o mundo financeiro na especulação.
Tudo ia mal, quando, em 1973, aconteceu o pior: o embargo do petróleo pela OPEP, que impôs grande majoração ao preço do produto, catalisando o capital mundial para o Oriente Médio. Foi a maior concentração de capital ocorrida no Oriente Médio desde as cruzadas, que naquela época (1000 a 1300 DC) produziram o mesmo efeito, favorecendo a Ordem dos Templários, que criou a primeira multinacional financeira do mundo.
Para desespero dos banqueiros internacionais, os Xeques do Petróleo, favorecidos pela concentração de capital, coincidentemente, controlavam os bancos libaneses e, certamente, iriam reciclar seus “petrodólares” pelo Líbano, à época conhecido como a “Suíça do Oriente Médio”. O excesso de oferta de moeda quebraria o sistema financeiro internacional, que já estava cambaleante. A conseqüência seria o domínio das finanças internacionais pelos bancos libaneses, cujos controladores assumiriam um poder político-econômico sem precedentes.
Para evitar a perda de seus negócios e, principalmente, do poder que o mercado de dinheiro internacional possibilita, os banqueiros desestabilizaram o Líbano, acirrando as diferenças regionais.
A guerra civil destruiu a praça bancária Libanesa, obrigando os Xeques do petróleo a reciclar seus petrodólares através dos bancos Europeus e Americanos.
A “água” foi desviada do seu reservatório natural, pela guerra civil, mas, à mingua de tomadores, a sua torrente arrasaria o sistema financeiro do mesmo jeito. A solução, capitaneada pela City de Londres e por Wall Street, foi direcionar a “enxurrada” de dinheiro para os países emergentes e do terceiro mundo, que foram obrigados a endividar-se, desnecessariamente, para aliviar a pressão de oferta de capitais no mercado e, consequentemente, a queda dos juros. Após os empréstimos, o “FED” passou a aumentar os juros, que chegaram a mais de 21% ao ano. Como os governantes tomaram empréstimos à taxas flutuantes, a majoração dos juros, literalmente, quebrou o terceiro mundo. Suas populações pagam a dolorosa conta até hoje, vinte e cinco anos passados.
Mas, os problemas dos Banqueiros internacionais não estavam totalmente equacionados, porque suas manobras contrariavam os princípios do investimento ideal, que deve ter por meta o tripé: segurança, rentabilidade e liquidez. Emprestando para países pobres, os bancos sacrificaram a segurança e a liquidez. Para recuperar a liquidez, passaram a investir severamente no mercado de expectativas (derivativos). Envolvendo-se, cada vez mais, na especulação, sacrificaram o princípio da segurança, que deve nortear os investimentos, principalmente, de capitais de terceiros. Para dividir os riscos, com os clientes, os bancos criaram os fundos especulativos (comodities e ações), transformando o mercado de dinheiro numa imensa “ciranda” de capital, em detrimento do seguro e necessário financiamento da produção, da infra-estrutura e do consumo.
O ramo bancário tem dois problemas básicos: falta de caixa e excesso de caixa. Operando com falta de caixa o banqueiro quebrará a curto prazo, trabalhando com excesso de caixa, quebrará a médio ou a longo prazo. Assim, para reduzir o stress dessa verdadeira “corda bamba”, os executivos dos bancos seduziram-se, cada vez mais, pelo mercado especulativo, de liquidez, aparentemente, garantida e imediata. Característica que revelou-se falsa, porque a liquidez depende, essencialmente, da confiança no mercado, ou seja, da manutenção das expectativas. “Detonada” a crise de confiança, a liquidez desaparece, instantaneamente, e as cotações despencam, falindo Bancos e investidores (especuladores).
“SANEAR BANCOS DO JAPÃO PODE CUSTAR US$ 140 BI AO POVO”
O ESTADO DE S. PAULO - 26-7-98 - PG. B9
O percentual de capitais, aplicados no mercado de comodities, foi crescendo rapidamente, a ponto de hoje representar 95% (noventa e cinco por cento) das operações financeiras mundiais. O capital deixou de financiar a produção, criar empregos e proporcionar bem estar social, para tornar-se autofágico, ou seja, um fim em si mesmo.
Essa contradição é paradoxal, porque o capital passa a financiar o “anti-capitalismo”, sacrificando a produção, o abastecimento, a infra-estrutura, o emprego e, consequentemente, a qualidade de vida. Quem acaba pagando a conta da especulação é a sociedade.
Entregando-se à especulação no mercado de derivativos, os executivos financeiros e seus Bancos tornaram-se reféns do Grupo Rothschild e seus aliados, que controlam as flutuações dos mercados de derivativos, impondo suas decisões ao mercado financeiro. O banqueiro, que ouse discordar das decisões da City Londrina, tem sua posição vendida imediatamente, enfrentando sérias dificuldades ou mesmo quebrando em curto prazo. Exemplos recentes, dessa ação no mercado de derivativos, são: o Banco Inglês Barings, que faliu em 1995, em razão de operações com derivativos e o Banco Japonês Toyobo, que perdeu mais de US$ 2 bi em 1996, especulando com cobre. Atualmente, os Bancos Japoneses estão literalmente falidos, conforme indica o noticiário econômico. O Banco Merril Lynch aproveitou-se da oportunidade, para comprar uma Corretora falida e instalar-se naquele país que, até recentemente, era totalmente refratário à presença estrangeira em seu mercado financeiro.
O Grupo Rothschild e seus aliados controlam o mercado de derivativos, porque praticam o capitalismo, ou seja, dominam, completamente, estratégicas cadeias de produção, para, a partir de sólida posição determinar as oscilações nos mercados especulativos.
Há cerca de 20 anos, os “reis das comodities” decidiram trocar, parte de sua astronômica carteira de papéis, por ativos fixos. Para isso, valorizaram suas posições, acelerando a especulação mundial e passaram a vender derivativos, sem descuidar da sustentação do mercado.
Operacionalizando a aplicação da sua fabulosa massa de capitais, resultante da venda das commodities, manipularam a mídia, para convencer a opinião pública, da “necessidade” de privatizar estatais, que foram comprando, através de empresas de aliados e subsidiárias.
A venda de comodities e a compra de estatais foi um processo demorado, iniciado na Inglaterra, com a colaboração do Governo Thatcher e estendeu-se por todo o mundo.
“Cardoso em apenas quatro anos realizou quase o mesmo que Margareth Thatcher em doze. E deu aos estrangeiros acesso a setores da economia, como navegação costeira, que os Estados Unidos ainda mantêm fechado. Evidentemente, ele poderia ter-se saído melhor. A mecânica das privatizações poderia ter sido mais rápida ...”
GAZETA MERCANTIL 12-10-98
Reprodução de artigo do “THE ECONOMIST”
Os reis dos derivativos, utilizando a mídia e apoiados por governos que ajudaram a eleger, já concretizaram grande parte do seu projeto de troca de posições. O “rescaldo” foi no Brasil (CSN, Vale e etc). Em seguida, através de seu aliado George Soros (Húngaro naturalizado americano), em julho de 1997, detonaram a crise asiática a partir da Tailândia, especulando contra o Bath (moeda local).
Quebrada a confiança, o mercado mundial de expectativas perdeu a liquidez, e os preços despencaram de 50% a 80%.
O uso e a comercialização agressiva de derivativos por parte dos bancos voltaram a ficar sob vigilância, depois da quase quebra do fundo LONG - TERM CAPITAL MANAGEMENT LP
O ESTADO DE SP 30-09-98
WALL STREET JOURNAL
MATT MURRAY
Em razão do mercado de expectativas ser fundamental para a liquidez do sistema financeiro, os “Réis da City” estão recompondo, na “bacia das almas”, sua posição vendida, e comprando mais algumas dezenas de empresas quebradas, pela crise que provocaram.
Tese conspiratória culpa ocidente por queda. Livro lançado na Malásia defende tese de que o colapso financeiro da Ásia foi provocado pelo Ocidente, interessado em abrir esses mercados para suas multinacionais ...
O ESTADO DE SÃO PAULO 24-5-98 - pg. A28
Historicamente, o Grupo Rothschild vem repetindo seus procedimentos especulativos, como ocorreu nas guerras Napoleônicas. Sua filial na França enfraqueceu o exército de Napoleão, negando-lhe financiamento. Na última batalha, “divulgaram” em Londres, que Napoleão havia vencido a guerra. As cotações das ações caíram a zero. Os Rothschilds compraram na baixa. Quando a notícia verdadeira foi divulgada ganharam milhões com a alta.
Na verdade, somente os especuladores apreciam as altas nas bolsas de valores e comodities, os investidores preferem as baixas acentuadas, porque o lucro está na boa compra. Foi o que os barões da City de Londres fizeram. O condenável é a manipulação de informações e governos, para espoliar a sociedade.
A ação predatória dos especuladores de Londres, provocou um severo custo social nos países alvo da rapina. Como não interessa aos vampiros a morte das vítimas, em verdadeiro golpe de mestres, eles estão apoiando governos “socialistas” no mundo todo, para saldar a “conta social”, com o que restou do capital dos empresários nacionais, que vão arcar com o aumento de tributos etc.
A prisão de Pinochet em Londres, enquanto Fernando Henrique Cardoso brindava com Fidel Castro, na Confraria do Vinho em Portugal, ilustra essa tendência do “tudo pelo social”, com o dinheiro dos outros, ou com a “pólvora do rei”.
REFLEXOS DA CRISE MUNDIAL NO BRASIL
Em 1994, o Brasil possuía cerca de US$ 50 bilhões em sólidas reservas cambiais, amealhadas durante anos, com superávit da balança comercial.
As reservas estavam em segurança, depositadas no BIS (Suíça), mas, Fernando Henrique transferiu-as para os Estados Unidos, sinalizando a política de submissão econômica, que implementaria.
O novo governo nomeou para a fazenda o Sr. Pedro Malan, diretor do Banco Mundial, que promoveu a “Globalização” da economia brasileira, liberando importações, que consumiram mais de US$ 30 bilhões das reservas cambiais e dificultando as exportações com políticas cambiais equivocadas, juros e impostos altíssimos.
Para substituir o dinheiro gasto com importações de supérfluos, o governo elevou os juros, incentivando o capital especulativo internacional à jogar no país, com isenção fiscal. A importação desenfreada e o alto custo do capital, quebraram a empresa nacional, desempregando milhões de pessoas.
Absurdamente, o governo incentivou importações, sem preocupar-se em promover exportações, destroçando as reservas cambiais, atualmente compostas, exclusivamente, por capitais especulativos. Apenas 300 empresas brasileiras exportam seus produtos, sendo que 80% do volume é garantido por 25 empresas.
Comparando-se o perfil exportador do Brasil com o Japão, onde as pequenas e médias empresas garantem 70% das exportações, e com a Itália, onde 14.000 empresas exportam seus produtos, é fácil detectar os erros grosseiros do governo e as origens da crise econômica.
Enquanto os países do Primeiro Mundo protegem seus mercados com sobretaxas, barreiras sanitárias, “ecológicas” e “humanitárias”, exportando incentivos e subsídios, para garantir o emprego, o Brasil exporta impostos e promove a “execução sumária” do empresariado nacional, com juros extorsivos e liberação de importações. Não contamos sequer com um Ministério de Comércio Exterior, fato que seria ridículo, não fosse trágico!
O único segmento superavitário da balança comercial brasileira é a agricultura. Provavelmente, em razão disso, o governo desestimula o setor com juros incompatíveis com a produção, aumento de impostos, reforma agrária e invasões de fazendas, promovidas pelo INCRA e pelo MST (guerrilha Sendero Maoista). Se considerarmos que os maiores produtores do mundo, Europa e Estados Unidos, gastam US$ 190 bilhões por ano em subsídios agrícolas, fica nítido o surrealismo da atitude do governo federal. Por isso, o Brasil, que em 1994, era auto-suficiente em trigo, arroz e algodão, hoje importa US$ 3 bilhões por ano, desses produtos.
Esse foi o terreno fértil, que os especuladores de Londres tiveram à sua disposição. Contaram com a ação predatória do próprio governo para concretizar os seus objetivos: investir os capitais oriundos da venda de comodities na “privatização” das empresas estatais e na compra de empresas nacionais em dificuldades. Mesmo as empresas espanholas e portuguesas, que adquiriram, grande parte do setor de Telecomunicações, são associadas da Britsh Telecon.
Vergonhosamente, ex-diretores do BNDES e do Banco Central, “promoveram” a “modelagem” das privatizações, para facilitar a rapina dos especuladores de Londres, como é o caso do Senhor Pérsio Arida e da Senhora Helena Landau, atualmente casados e donos do Banco Oportuniti, que protagonizou o escândalo do grampo no BNDES, que defenestrou o Mendonça de Barros das telecomunicações e o seu irmão da Camex.
Outro “conselheiro” do Presidente da República, é o ex-diretor do Banco Central, Sr. Armínio Fraga, economista que, atualmente, administra o fundo de “investimentos” do Sr. George Soros, associado e parente dos Rothschilds de Londres.
Considerando-se que George Soros provocou a crise asiática, a partir da Tailândia, em julho de 1997, e que comprou a Vale do Rio Doce e a CSN e outras estatais, fica difícil acreditar, que os “enganos” do governo federal, na condução da economia, não foram propositais. Ressalte-se que esse “investidor” comprou todas as terras no entorno de Buenos Aires, que destinou à produção de trigo para exportação. Devido a isso, a Argentina passou a importar carne. Além disso, comprou todos os shoppings centers de Buenos Aires.
Caso Fernando Henrique Cardoso não tivesse consumido as reservas cambiais do Brasil, não tivesse provocado a falência do empresariado nacional com juros altos, impostos em cascata e importações predatórias, caso tivesse incentivado as exportações e, principalmente, a agricultura, caso tivesse preservado e ampliado a posição do país como produtor e exportador de minérios estratégicos, ao invés de doar empresas como a Vale do rio Doce, por exemplo, a “crise” financeira internacional não nos atingiria e o governo estaria reduzindo as taxas de juros, como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e a Europa, para fortalecer as empresas, aumentar a produção, financiar o consumo e GARANTIR O EMPREGO.
São Paulo, 10 de dezembro de 1998
GRUPO DAS BANDEIRAS
ANTÔNIO JOSÉ RIBAS PAIVA
Presidente
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